Nada será como dantes

Não me dedico a fazer o levantamento da violência escolar, nem sequer da que é publicada na Imprensa. Seria fastidioso. A geração do Maio de 68 a mandar, são os nossos legisladores e juízes, e como tem os filhos e netos nos colégios onde o povo não entra, relativiza, busca teorias abstractas, culpa os professores.

A mãe do agressor disse que ele não fez nada! Eh pá... Se a senhora disse, a menina que anda de muletas só tem é que dizer ao joelho partido que ele é um mentiroso... A partir de agora os juízes nos Tribunais serão substituídos pelas mães dos réus.

Repito: Há uma criança que anda de muletas e se calhar ficar marcada para toda a vida! Vamos fazer umas mesas redondas e uns observatórios e umas sociologias baratas? É isso?

Os directores não prestam declarações, com medo de ver o lugarzinho por um canudo - e o vencimento sabe tão bem - além de que era penoso voltar a ser um simples 'professorzeco', para usarmos a expressão consagrada pelo inefável Lemos, expoente máximo desta forma de pensar, trepador partidário, licenciado em Boston em 6meses, corrupto, trapalhão e inútil profissional.

Após o trabalho os dois Governos socialistas, que deram cabo do Ensino em Portugal, nada será como dantes. Há coisas que um vez estragadas, assim ficam.

Os professores, os funcionários e os aluno normais, amocham. Os pais dos miúdos normais, idem.

Mas pelo menos já abrem a pestana. Veja-se por exemplo nestes comentários à notícia que a densidade de 'bem-pensantes Maio de 68' já é mais pequena:

Comentário feito por:Esmeralda01 Novembro 2011Tirem os psicologos das escolas. Devolvam as réguas aos professores,e baixaram a população prisional.

Comentário feito por:Carolina01 Novembro 2011Não venham culpar os problemas financeiros dos pais do miúdo para tal acto,os meus pais também têm dificuldades económicas e ás vezes nem dinheiro para comer até o fim do mês temos, mas ao menos tenho boa educação!

Comentário feito por:Rodrigues01 Novembro 2011Ouçam bem alto... Portugal é um pais de terceiro mundo, é uma pais que mete nojo aos verdadeiros portugueses, é a anarquia total, só temos que agradecer á porcaria que nos governa. Que vergonha de pais..

Comentário feito por:manuel01 Novembro 2011No meu tempo não era preciso policia à porta e não havia disto.Prendam os pais.

Comentário feito por:Augusto01 Novembro 2011Se tratam assim os professores como é que tratarão os pais! O mal é esses pais admitirem isso mas a educação que tiveram não dá para mais. E os filhos destes seguirão o mesmo caminho.'Educação' é uma expressão do passado

Comentário feito por:Rui Lolo01 Novembro 2011Escola Segura!? Isso é o quê? Os polícias à porta da escola sem sequer poderem entrar? E depois de pararem as agressões? O aluno volta a estar na sala de aula no dia seguinte sem qualquer tipo de consequências. Que circo

Comentário feito por: Anónimo 01 Novembro 2011Então trata-se de um "jovem em risco", não é verdade?! A mim, parece-me que quem está em risco é quem com ele se cruza! Maltrata colegas, espanca professores e é a ele que protegem?!!!! Abaixo o politicamente correcto!

Comentário feito por:Danny01 Novembro 2011Não confundam dificuldade económica com má educação.Fui pobre,muitas vezes fui à escola cheio de fome.Contudo,nunca agredi o professor.Já agora,estes professores têm as mãos e pernas atadas?

Comentário feito por:Bruno Barriga01 Novembro 2011Aqui está um exemplo de que quem não educa os filhos devia deixar de receber ajudas do Governo, mas sim serem devidamente penalizados. A falta de dinheiro não significa má educação ou falta dela.

Comentário feito por:Diamantino01 Novembro 2011Admirais-vos e indignais-vos pelos actos cometidos por uma criança que apenas tem 10 anos e que provavelmente foi criada por uma família desestruturada, que dizeis de adultos (advogados,engenheiros,médicos, actores ...




Faro: Menina de 15 anos agredida por colega de 14 anos na escola D. Afonso III

Espancada na sala de aula
Agressor é acusado de ter atitudes violentas. Mãe garante que ele “não faz bullying” e diz que há outros alunos problemáticos.


Por:João Mira Godinho/E.N./E.P.



Está em casa, a recuperar bem, a menina de 15 anos que foi espancada em plena sala de aula, na Escola D. Afonso III, em Faro. B.D. foi agredida a soco e pontapé por um colega, na sexta-feira, e houve necessidade de receber tratamento hospitalar.

"Ela ainda se queixa de dores de cabeça", explicou ontem ao CM Eulália Campina, mãe da menina. "Está sob vigilância e estou a dar--lhe analgésicos. Se não melhorar levo-a outra vez ao hospital à noite", acrescentou.

B.D. ficou com hematomas na cabeça e num olho depois de ser agredida na aula de Ciências. "A minha filha estava a defender outro menino, de 12 anos, de um mais velho", conta Eulália Campina. "Chamou-lhe anormal, porque ele se estava a meter com um mais pequeno, e o outro puxou-lhe logo o cabelo e deu-lhe um estalo", explica. A jovem "caiu ao chão" e o agressor "meteu-se em cima dela ao soco e ao pontapé".

Eulália afirma ainda que o aluno que agrediu a filha "já tem tirado dinheiro a outras crianças" e "é conhecido por comportamento violento".

Versão bem diferente tem a mãe do rapaz. "O meu filho e a colega já estão juntos desde a Primária", refere Luísa Guerreiro, acrescentando que "eles sempre andaram à bulha, todos os anos, mas até são amigos".

Condenando a atitude do filho, Luísa Guerreiro admite que o rapaz, de 14 anos, "é um bocado rebelde e que às vezes se porta mal nas aulas", mas "não faz bullying". E acusa outros alunos, amigos do filho, de criarem problemas de segurança na escola D. Afonso III. Luísa Guerreiro diz ainda que o filho "já telefonou à colega a pedir desculpa" e, como castigo, o jovem está "sem sair de casa e sem acesso ao computador". Por outro lado, estranha que nada tenha sido dito da escola e conta falar com os responsáveis amanhã. Lá poderá encontrar a mãe de B.D., que também promete ir à escola.

O caso foi entregue ao Ministério Público enquanto, ao mesmo tempo, está a correr um processo disciplinar ao aluno agressor.

FACADAS À PORTA DA ESCOLA

Gladis Kiala, de 16 anos, aluno do 8º ano da Escola Braamcamp Freire, na Pontinha (Odivelas), levou três facadas, à porta do estabelecimento. O agressor foi detido e o jovem foi internado no Hospital de Santa Maria (Lisboa). Uma professora defendeu então que os alunos deviam ser revistados. A mãe de Gladis Kiala, Maria António, afirma que o filho era amigo do aluno que o agrediu, adiantando que os "rapazes poderão não se entender devido ao sucesso do filho na música". Gladis Kiala é conhecido como o cantor rapper ‘Derry Fost’.

SAIBA MAIS

BULLYING


Termo inglês utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos.

10

dias úteis de suspensão é uma das medidas disciplinares previstas no Estatuto do Aluno. As outras são a repreensão registada e a transferência de escola.

DAN OLWEUS


Professor norueguês que na década de oitenta definiu o conceito de bullying, quando investigava tendências suicidas entre os jovens.

1300 AGRESSÕES NA ESCOLA


No ano lectivo 2008/09 foram registadas pelas autoridades cerca de 1300 situações de agressões em ambiente escolar. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna, foram participadas à GNR e à PSP 4612 situações de ilícitos em ambiente escolar, das quais 28 por cento correspondem a ofensa à integridade física e 27 por cento a furto. Os distritos de Lisboa (34,6 por cento), Porto (22 por cento), Setúbal (7,6 por cento), Aveiro (5,6 por cento) e Faro (5,2 por cento) são aqueles com mais participações.

Em relação à participação/mil alunos, Lisboa tem 3,6, seguindo-se Faro (3,4), Setúbal e o Porto (3,1) e depois Beja (3,0).

DISCURSO DIRECTO

"NÃO SE TRATA DE VIOLÊNCIA CONTINUADA": Luís Correia, Director Regional Educação do Algarve

Correio da Manhã – O terceiro caso recente de violência em escolas algarvias preocupa-o?

Luís Correia – São casos diferentes. Este, pelo que me foi comunicado, não será uma situação continuada. É condenável pois trata-se de violência, mas foi isolado, não se tratará de bullying.

– Há testemunhos que apontam outras atitudes de violência a este aluno?

– Não me foi comunicado. Está a decorrer o processo disciplinar, que vai esclarecer tudo. E só depois se saberá a punição.

– Face aos dois outros casos noticiados, é perigoso estudar nas escolas algarvias?

– Há vários níveis. Houve uma situação de um aluno que levou uma arma para a escola, o que é absolutamente excepcional, e um caso em Olhão, de bullying, mas não temos indicação de uma subida de casos de violência.

– A atitude da professora foi a correcta?

– Passou-se tudo muito rapidamente e a professora não teve tempo para reagir. Depois, os dois alunos foram separados, como deviam, e foi chamada a PSP.

BULLYING AFECTA 1 EM CADA 3


Uma em cada três crianças do distrito de Bragança, onde vivia Leandro, o menino que se atirou ao rio, já foi vítima de bullying. Esta é uma das principais conclusões de um estudo da Universidade do Minho, que analisou o fenómeno da violência nas escolas de Bragança entre 2008 e 2009. O estudo envolveu 3891 crianças do 1º e 2º ciclos, e revela que é no terceiro ano de escolaridade que há mais casos de violência. Os rapazes são mais vítimas e mais agressores, e é nos recreios e no caminho casa-escola que as investidas acontecem com maior frequência. O tipo de agressão mais usual é a verbal, depois a física e a psicológica. Só na difamação é que as raparigas superam os rapazes.

Por norma o agressor não tem grande supervisão familiar e em alguns casos é ele também vítima de agressões, em casa.

NOTAS

OLHÃO: REFUGIADO EM CASA


Em Março, um menino de 10 anos foi forçado a ficar em casa, depois de ser vítima de maus tratos e roubos na escola João da Rosa, Olhão. Os colegas acusados de bullying foram transferidos.

FARO: PISTOLA NA MOCHILA


Uma pistola de calibre 6.35 foi encontrada na mochila de um aluno de 11 anos da EB 2,3 do Montenegro, em Faro, depois de este efectuar alguns disparos junto à escola. Arma era do avô

ALBUFEIRA: DROGA FORÇADA


Uma criança de 11 anos disse que era obrigada a fumar droga na escola EB 2,3 D. Martim Fernandes, em Albufeira. Os pais fizeram queixa e a GNR apreendeu droga ao aluno acusado

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