S.O.S. Demagogia

Está a dar brado, por estes dias, o caso dos alunos ciganos que, na Escola Primária de Lagoa Negra, Barcelos, que alegadamente teriam aulas à parte, num contentor.

Dito assim, tem-se a imagem de uma espécie de campo de concentração para ciganos, segregados pela Sociedade.

Afinal parece que não era bem assim. Foram os professores que contactaram a matriarca do acampamento principal para que os 17 alunos, com idades entre os 9 e os 19 anos frequentassem a escola. A dita senhora aquiesceu, e formou-se uma turma só de alunos ciganos. As aulas afinal não são num contentor, mas sim num monobloco com ar condicionado e outros confortos que o resto da escola não tem.

Como seria de esperar, o caso está a servir de arma de arremesso político.
A Oposição acusa o Governo de discriminação.
O Governo procura mascarar uma medida errada com as boas intenções que a motivaram. Na boa tradição da prática socialista, tudo passa pela multiplicação de comissões e sub-comissões, pela atribuição de nomes pomposos às coisas simples, e, como tal, a escola passa a "Território Educativo de Intervenção Prioritária", um nome quase tão castiço como o inefável Valter Lemos, que deu a "boa-nova"!

Efeitos práticos desta medida? Obviamente que nenhuns. Apenas papelada.

Na conversa de rua, que é onde os votos e as eleições se decidem, os adeptos da Oposição clamam que se trata de racismo. Os adeptos do Partido no poder louvam a medida "governamental" de "proteger os alunos normais dos malandros dos ciganos". É demagogia cruzada!

Onde o Governo falhou não foi em ter permitido a criação da turma. O Governo falhou em permitir que haja alunos ciganos e não-ciganos que se comportam na escola à margem da lei, gozando de total impunidade.

Imagine-se rapazes e raparigas de 12, 16, 19 anos, criados em meios onde campeia a marginalidade, a terem aulas com as crianças da foto. Seria difícil em condições normais. Nas actuais condições é impensável.

E se é verdade que nem todos os ciganos são assim, não é menos verdade que muitos deles não respeitam as leis nacionais, se dedicam a negócios ilegais, são violentos, são desordeiros, reclamam (e recebem) casas gratuitas, subsídios e outras benesses, e se revelam elementos negativos na Sociedade que os acolhe.

Esta escola sabe disso. De forma altruísta, foi buscar os ciganos a casa para lhes dar instrução. De forma realista, manteve-os afastados dos restantes alunos.

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