O meu fim de semana

Hoje é domingo. Está um dia lindo. Sei porque meti o nariz fora da janela, e senti a brisa primaveril, ouvi os passarinhos a cantar, cheirei o aroma das glicínias em flor e vi um bando de ciclistas dominicais a passar, pesadões e felizes nas suas lycras coloridas.

Quem me dera poder ir dar uma voltinha. Mas não posso. Sou professor.

E como tal os meus fins-de-semana são passados a fazer aquilo que não pude fazer durante a semana. Por duas razões:

1ª - Porque em Portugal, como por exemplo em Inglaterra, a burocracia sufoca os professores, que passam boa parte do seu tempo a preencher papéis.

Mas são papéis úteis?

Não. Não servem para nada!
2º - Porque os procedimentos burocráticos ligados à indisciplina consumiram grande parte do meu tempo na escola durante a semana.

(Quer saber como? Leia o próximo post...).

Mas são procedimentos burocráticos úteis?

Não. Não servem para nada.

- Mas ó meu amigo, eu também não tenho fim de semana!
- adivinho alguém a dizer...

Pois é verdade. Nem eu me estou a chorar por não o ter. Estou a lamentar que só no fim de semana eu tenha realmente disponibilidade para fazer o que devia fazer durante a semana: ser professor!

Porque é ao fim de semana que tenho disponibilidade para planificar aulas, ver trabalhos de alunos, e comunicar com os alunos a sério via Internet (blog e plataforma moodle). É que nas aulas, entre a indisciplina reinante, as patadas nas portas, as gritarias nos corredores... é difícil!

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