Neste momento há pais que rejubilam. As escolas preparam-se para estar abertas 12 horas por dia. Actualmente já é difícil manter os alunos concentrados com programas que a muitos nada dizem, com aula de 90 minutos, e com uma carga horária brutal. Como será então?...
A Área de Projecto, a Formação Cívica, o Estudo Acompanhado, foram uma criação do Governo de António Guterres e da responsabilidade directa de Ana Benavente. Foram a antecâmara para o professor generalista que aí vem.
Não é preciso saber muito, ter um curso superior, ser licenciado, mestre, doutor, ser profissionalizado em Ensino.
Não. Para quem é, bacalhau basta!
Metam os meninos 12 horas por dia armazenados na escola, que assim os pais podem estar 12 horas armazenados no trabalho!
É o presente envenenado para os pais, que tomam por benesse o que na realidade é uma armadilha. Perguntem antes porque é que em Portugal não há, como em outros países da Europa, salários dignos, horários dignos e inclusivamente flexibilidade para poderem acompanhar os filhos.
Porque nada substitui a companhia da família na formação das crianças, dos futuros adultos!
Já que estamos a falar de manobras de diversão, refira-se que todo este Carnaval da avaliação de desempenho dos professores, acompanhado de uma intensa e impiedosa campanha de desinformação, se insere na mesma lógica:
- Os seus filhos têm dificuldades na escola? Pois a culpa só pode ser dos professores! mas nós vamos já avaliá-los! E corremos com os incompetentes!
Os pais ficam satisfeitos.
400 professores por semana pedem a reforma antecipada. Os professores vão-se embora porque se sentem ofendidos com tanta calúnia e perseguição. Porque não há país no mundo onde esta farsa a que chamam "avaliação" exista.
Daqui a uns anos vão querer professores a sério e não os vão ter. É o que acontece actualmente na Inglaterra, onde por muito menos que isto houve uma debandada dos professores. O Governo inglês propõe-se actualmente reciclar desempregados da banca e de outros sectores, dar-lhes um curso de 6 meses e pô-los a "dar aulas".
Teremos o que se passou em Portugal a seguir à revolução: professores "a martelo"!
Em Portugal o que nos espera é o mesmo. Mas para manter crianças ocupadas 12 horas por dia não são precisos professores. Os filhos do povo podem ter monitores de tempos livres. Os professores ficam para os colégios particulares onde já estudam as elites, os filhos dos políticos que amanham estas leis e este Ensino.
Adeus, amigos! Era tudo o que queria dizer.
O Irrelevante
Colega
ResponderEliminarApesar de anteriormente não ter comentado, acompanhei os seus posts que retratam (com maior ou menor grau de analogia) a realidade das escolas públicas. Essa realidade é negada ou distorcida por muitos leitores e comentadores de blogues e jornais "online" que sistematicamente insultam os professores, copiando as atitudes da tutela.
Espero que, numa data próxima, volte a dispor de algum do seu tempo para continuar a postar.
Bem haja.
Caro colega José,
ResponderEliminarAgradeço do fundo do coração as suas palavras. Se tiver vagar, retomarei, quiçá com outra experi~encia...
Imagino que alguns leitores que aqui passaram possam ter achado lamechice da minha parte.
Mas, como sabe, visto que também é professor, o nosso dilema actualmente é que fomos preparados para ensinar e perambulamos diariamente pela escola com a preocupação de não sermos agredidos, e com a ansiedade de querer ensinar os alunos (que são a razão da nossa missão) e de não conseguirmos, afogados que estamos em caos, indisciplina, burocracia e injustiça.
Abraço amigo,
O Irrelevante
Caro(a) Irrelevente
ResponderEliminarPodes estar descansado(a). Esta geração de políticos não vai querer professores a sério, nem alunos a sério, nem pais a sério, nem escolas a sério. Esta geração de políticos vai apenas gerir o que os papás querem. E os papás (muitos e influentes) são o que se vê: querem mandar nas escolas, não querem educar os filhos. A revista Visão de quinta-feira passada traz um excelente artigo sobre Aldo Naouri, pediatra e investigador francês com livros escritos, intitulado "Pais demissionários, filhos caprichosos". Retiro apenas uma frase que nem será a mais significativa: "Para os pais, dizer 'não' é um resquício do autoritarismo que antes condenaram. Isto parece que não tem ligação, mas tem. Despejá-los na escola, onde normalmente consideram que eles podem fazer tudo o que lhes der na gana, é uma boa maneira de não terem de aturar a má-educação que lhes dão! Vão ser necessárias várias gerações para mudar esta promiscuidade. Temos de pensar que só há pouco tempo é que foi totalmente perdida a vergonha, propondo-se aos Governos que aprofundassem isto. Até aqui, via eduquês primário, o ME ia aplicando as medidas ao ritmo da sua ignorância e da visão distorcida que tem da educação. Mas isso não lhes era exigido.
NOTA: Outro José que já comentou, mas que não consegue alterar o nome com que envia os comentários.
Nao podia concordar mais com o seu post. Estes governos (PSD/PS/PSD/PS/PSD+PP e por ai fora) tem feito uma limpeza em Portugal. Em Portugal só vai restar 2 tipos de pessoas:
ResponderEliminar1º POliticos e todos os que por la passaram e depois vao para gestores de bancos e empresas de Construção civil
2º A escorja que nada produz e que alem de roubar/traficar droga ainda recebem subsidios de integração (Como se alguma vez o quisessem)
Há de haver o tempo que se quer quem produza e nao exista. Matam a galinha dos ovos de ouro, alias já a mataram....agora estao a comer as penas e os ossos. Amanha quem sabe o que comerão.
Só posso concordar consigo, estimado Nuno Pinto. Esperemos que o povo entenda que o D. Sebastião somos nós mesmos, que temos o direito de exigir bons governantes.
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